Irónico como a manipulação chove como água em pleno Inverno. Somos constantemente atacados por cartazes, notícias que invadem a nossa casa, sem utilizarem para tal uma porta ou janela, deduções ou acusações políticas, medidas que, quando são anunciadas, estão geralmente temperadas com hipérboles. Tentam subornar o nosso pensamento. Sim, tentam formatá-lo das nossas ideias e inserir aquelas que querem que sigamos.
Tantos são aqueles que já estão cegos e não vêm que as amarras já nos voltam a prender as pernas, como há 40 anos atrás. Não se trata só de apertar o cinto, trata-se de apertar isso que nos prende, até nos desmembrarem, até que não tenhamos mais força para nos erguermos.
E acreditamos, na generalidade, que estamos no bom caminho, que melhores dias chegarão, enquanto não nos apercebemos que a porta se fecha lentamente e deixa o último raio de luz do lado de fora. E ficamos impávidos, sem reacção. E deixamos que nos controlem. E deixamos que nos levem tudo o que temos. E deixamos que nos levem as palavras. E caímos na mesma esparrela dos nossos antepassados. E rezamos por uma chuva de cravos. E comemoramos no final. E tentamos construir um melhor sistema, mas a verdade é que colocamos sempre no lugar mais alto aqueles que depois nos espezinham e que nos inserem neste ciclo vicioso. A culpa é do actualismo geológico, é dos ciclos que enfrentamos a toda a hora, da cobardia que nos impede de lutar contra o que achamos estar incorrecto.
Porém, já dizia Andriano Correia de Oliveira, "O trevo tem quatro folhas, quatro sílabas liberdade" e a união...essa faz a força.
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