quinta-feira, 29 de janeiro de 2009

Welcome back home


O calor que a chama da lareira exala aquece-me. Um vento intenso lá fora, enrola o fumo no escape da chaminé e faz com que volte ao meu encontro. Cheira-me a madeira queimada e rapidamente associo esse cheiro ao chocolate quente e às saudades que dele já tenho; às minhas saudades tuas.
Recosto-me na cadeira, com um dedo a marcar o meio de livro que lia anteriormente, e fixo um ponto aleatório na imagem de um qualquer programa que está a dar na televisão. O lume morre e apresso-me a ateá-lo novamente, sem sequer ter tempo de me enterrar em pensamentos passados, e ainda bem. Olho agora fixamente para o fogo que consome a lenha, como um mendigo faminto e reconheço-me. Fogo, eu; lenha, tu. Podia consumir-te, calorosamente, enquanto te me desses, mas já não o fazes. Duvido até que alguma vez o tenhas feito.
O fumo que se foi acumulando na sala tornou o ar irrespirável, o que me leva a abrir a janela. Bonito paradoxo: acender a lareira com uma janela aberta, como que a criar um fluxo entre altas e baixas temperaturas, propícias a que contraia uma constipação ou qualquer outra maleita do género.
Paro e olho, reparo no choque entre o fluxo quente e frio e quase que os oiço a desferirem golpes violentos um sobre o outro. Arrepio-me de repente e fecho a janela. O frio venceu, tal como sempre. Na maioria das ocasiões é o pólo negativo que leva a melhor. Tu, levaste como certo o meu lado negativo.
Apetece-me uma caneca de chocolate quente. É bom ter-te de volta, como no primeiro dia, como se não te conhecesse.

3 comentários:

Anónimo disse...

Excelente @

Anónimo disse...

It's good to be back.

Anónimo disse...

lindo, lindo.

podes ser muita porca, mas esses textos <3